quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Revelação

Das luas dessa noite restam pouca coisa.
Um punhado de sal, umas gotinhas de chuva e uma teimosa melancolia daquelas que nos fazem acreditar em duendes, ladies e cavaleiros medievos. O tempo é curto, eu costumo repetir, a estrada é longa, cheia de argumentos noturnos, meias conclusões e trocados de esperança. Meu peito cravejado de insídias te acolhe. Cuidado, há tão pouco a fazer agora. Então beije-me enquanto posso, enquanto podes. Não lamentes esse teu passado desatento. Foi de lá que vieram a tua cara nova, o teu mapa para o futuro e a tua inocente loucura. Ah já te descubro a cada novo passo ao meu lado. Tua ira, teu medo, teu egoísmo, tua timidez, não passam de disfarces onde escondes o meu prazer. Adentrarei agora em tua alcova. Serei pedra atrevendo-se em teu muro.
Farei parte dessa fantasia maravilhosa que vais afinal revelar.

Leometáfora

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